Alzheimer

01/12/2009

 

A doença de Alzheimer (DA), caracterizada pelo neuropatologista alemão Alois Alzheimer em 1907, é uma afecção neurodegenerativa progressiva e irreversível de aparecimento insidioso, que acarreta perda da memória e diversos distúrbios cognitivos.

A doença de Alzheimer é uma doença que provoca mudanças nas áreas do cérebro que controlam a memória e o raciocínio. É por este motivo que as pessoas portadoras da doença de Alzheimer tem dificuldade para viver um vida normal. As causas de desenvolvimento da doença ainda não são totalmente conhecidas.

Atualmente ela não tem cura. Mas cuidados apropriados podem ajudar uma pessoa com a doença de Alzheimer a viver com conforto por muitos anos.

 

O cérebro

O cérebro controla todo o funcionamento do corpo e da mente. Áreas diferentes do cérebro controlam funções diferentes. Certas áreas controlam as tarefas físicas como o ato de andar. Outras áreas controlam a capacidade de falar.

Outras, ainda, controlam as tarefas mentais como os atos de lembrar, concentrar-se e tomar decisões.

Em certas áreas do cérebro das pessoas portadoras da doença de Alzheimer as células começam a morrer formando estruturas microscópicas chamadas placas senis. Na medida em que as células morrem e são formadas as placas senis, o cérebro não consegue funcionar como deveria. Ás áreas do cérebro afetadas por estas mudanças são as que controlam as funções mentais, como a memória. Outras funções, como os movimentos, não são geralmente afetadas até que a doença esteja bem adiantada.

 

Prevalência:

A doença de Alzheimer geralmente afeta as pessoas acima de 65 anos. Quanto mais velha a pessoa maior a probabilidade de desenvolver a doença. Todos os tipos de pessoas estão sujeitas a esta doença. Nenhuma profissão, nível de escolaridade ou raça está imune. Em casos raros, a doença de Alzheimer pode ser uma doença familiar. Em outros, apenas uma pessoa da família é afetada.

 

Sinais e Sintomas:

 Os sintomas da doença Alzheimer aparecem lentamente. O período médio é entre o primeiro e o último estágio é cerca de 9 anos. Este período pode, entretanto, variar muito.

  • No estágio inicial, a pessoa parece confusa e esquecida. Ela pode procurar palavras ou deixar pensamentos inacabados. Esquece freqüentemente os fatos e conversas recentes. Entretanto, pode lembrar claramente o passado distante .
  • No estágio intermediário, o doente precisa de muita ajuda para executar tarefas rotineiras. Ele pode não reconhecer seus familiares, perder-se em locais familiares e esquecer como executar tarefas simples como vestir-se e tomar banho. Pode tornar-se impaciente, mal-humorado e imprevisível.
  • No estágio avançado, a pessoa doente perde completamente a memória, a capacidade de julgamento e o raciocínio, e é necessário ajudá-la em todos os aspectos do dia a dia.

Feitos por uma pessoa com doença de Alzheimer num período de 4 anos. Eles mostram como a doença de Alzheimer afeta as funções mentais como a memória e a organização.

 

Tratamento:

Os objetivos do tratamento são aprender a lidar com os sintomas e dar conforto à pessoa doente.

  • Os medicamentos podem melhorar os sintomas em alguns casos. Alguns tipos de medicamento ajudam a melhorar a memória. Outros tratam os sintomas como a agitação e a depressão. O médico determinará quais os medicamentos mais efetivos.
  • É essencial traçar um plano de gerenciamento que inclua cuidados e supervisão. O médico poderá orientar na elaboração do plano e ajudar a executá-lo.
  • Visitas regulares ao médico ajudarão a monitorar as condições do doente, verificando se existem outros problemas ou doenças que podem ser tratadas.

Curiosidades e Dicas

Evite desordem

A desordem piora a confusão e pode provocar quedas. Mantenha desimpedidas a área social, corredores e escadarias.

Mantenha fogões e eletrodomésticos em segurança  

Fogão e outros eletrodomésticos podem ser esquecidos ligados ou usados de maneira errada. Remova ou cubra os botões ou desligue fogão, aquecedores e fornos de microondas da tomada quando não estiverem sendo usados. Desligue ou também deixe fora do alcance ferros elétricos, torradeiras, liqüidificadores, ferramentas e outros equipamentos elétricos.

Previna outros riscos

  • Mantenha a temperatura do aquecedor de água abaixo de 38ºC para evitar queimaduras.
  • Remova trancas do lado de dentro das portas dos banheiros e quartos de dormir.
  • Mantenha as áreas da piscina e da banheira fechadas.
  • Verifique se os alimentos armazenados não estão estragados. As pessoas com Alzheimer não reconhecem quando os alimentos estão deteriorados.
  • Mantenha bolsas, carteiras, chaves, dinheiro, talão de cheques e outros itens importantes fora do alcance. As pessoas portadoras da doença de Alzheimer podem tirar do lugar ou esconder objetos, e não lembrar o que fizeram.

 Impeça o doente de dirigir

  •  Dirigir é perigoso para as pessoas com a doença de Alzheimer. A pessoa doente pode querer continuar dirigindo mas, para a segurança de todos, faça o que puder para evitar que ela dirija.
  •  Peça para alguém com autoridade, como um médico, advogado ou agente de seguro, dizer ao doente que ele não pode dirigir.
  • Limite o acesso ao carro. Esconda as chaves e tranque o carro. Procure guardar o carro fora da vista do doente.

 Controle as perambulações

  •  As pessoas com a doença de Alzheimer se tornam impacientes e confusas. Elas podem circular sem rumo pela casa ou até sair e perder-se.
  • A noite mantenha luzes acesas nos locais de passagem e banheiros.
  • Instale trancas difíceis de abrir.
  • Peça a vizinhos que avisem se virem o doente sair de casa sozinho.
  • Acompanhe o doente se ele insistir em sair de casa. Evite discutir ou gritar com ele. Ao contrário, tente persuadi-lo gentilmente a voltar para casa.
  • Contate a Associação de Alzheimer de sua região para informar-se melhor sobre os programas de ajuda a esse tipo de problema.
  • Esconda as chaves do carro onde não possam ser encontradas.
  • Coloque etiquetas com nome na roupas do doente.  

Cuidados diários

 Cuidar de uma pessoa com a doença de Alzheimer significa planejar suas atividades e ajudá-la em seus cuidados pessoais diariamente. Ter uma programação diária regular é de grande ajuda. O doente se sentirá mais seguro com uma rotina familiar.

 

Planejamento das atividades diárias

As pessoas com a doença de Alzheimer freqüentemente sente-se aborrecidas e frustadas. Elas podem querer executar atividades, mas não conseguem executá-las por si próprias. Planeje com antecedência para manter o doente ocupado.

 

Dicas que podem ajudar

  • Planeje atividades simples. Se a tarefa é muito complexa o doente pode frustar-se. As atividades repetitivas são uma escolha. Mude as atividades de acordo com as mudanças na capacidade de execução do doente.
  • Faça as tarefas junto com o doente. permita que o doente faça mais que puder por conta própria, mas esteja perto para ajudar. Escolha atividades que envolvam várias tarefas simples, como por exemplo fazer um bolo. Faça as tarefas que são mais difíceis para o doente, como medir os ingredientes, e deixe que ele faça o resto sozinho.
  • Não desista. Planeje atividades simples em vez de desistir. Ao invés de fazer visitas a um grupo de amigos, visite um de cada vez. Em vez de executar duas ou três tarefas, dedique-se apenas a uma delas.
  • Permaneça ativo. Exercícios regulares ajudam tanto você quanto o doente a liberar a energia que está presa. Os exercícios diminuem a impaciência e ajudam a dormir melhor. Caminhar é uma boa maneira de exercitar juntos.
  • Ajudar com cuidados pessoais
  • Com o passar do tempo o doente precisará, cada vez mais, ser ajudado em suas atividades diárias. Mas, em qualquer estágio, permita, que o doente faça por si mesmo o máximo que puder.
  • Comer e beber
  • Façam uma refeição juntos pelo menos uma vez por dia. As refeições são ótimos momentos para socializar e permitem que você controle a quantidade e tipo de alimento que o doente come`.
  • Providencie para que cada refeição seja a mais saudável. Pergunte ao médico se são necessários suplementos alimentares.
  • Faça com que o doente ingira bastante líquido.

 

Vestir-se

  • Quando o doente vestir-se sozinho não se preocupe se as roupas nem sempre combinam.
  • Escolher o que vestir pode ser difícil demais para o doente de Alzheimer. Procure deixar as roupas sobre a cama diariamente .
  • Se for necessário ajudar, entregue uma peça de cada vez, explicando como vesti-la.
  • Banho e higiene pessoal
  • A pessoa doente pode ofender-se se você lembrá-la do banho, por isso torná-lo uma atividade esperada sempre a mesma hora do dia, pode ajudar.
  • Prepare com antecedência a água e outros itens para o banho.
  • Ir à barbearia ou salão de beleza pode ajudar na lavagem, no corte dos cabelos, e para fazer a barba.

 

Como tomar os medicamentos

  •  Controle os medicamentos diários. Uma caixa de comprimidos com separações e uma lista dos remédios são bastante úteis.
  • Não confie na palavra do doente quando ele disser que já tomou o medicamento. Verifique se ele foi tomado nas hora e quantidade certas.
  • Guarde os medicamentos em lugar seguro para evitar que sejam tomados por engano.

 

Comunicação e comportamento

A doença de Alzheimer torna difícil para o doente compreender e ser compreendido. Você poderá ficar frustado ou aborrecido com sua maneira de agir. Lembre-se que estes problemas são causados pela doença e não propositais. Aprenda a lidar com estas situações e a evitar que elas piorem.

 

Estratégias para melhorar a comunicação

As pessoas com doença de Alzheimer têm dificuldades para entender o significado do que é dito. Entretanto, elas são muito sensíveis a como as palavras são ditas. Um tom agitado pode perturbá-las, ao contrário, um tom calmo pode dar-lhes segurança. Mantenha um tom positivo na voz sempre que puder. As dicas a seguir lhe ajudarão a comunicar-se melhor.

 

Evite discutir a realidade

O doente confunde a realidade e não é capaz de separar o presente do passado. Ele pode até mesmo esquecer que é você. Isto pode ser frustrante, mas não insista na sua versão da realidade isto só pode causar mais confusão e tensão. Decida se o assunto é importante. Se você puder, “faça o jogo do doente”. Isto poderá evitar muita frustração para ambos.

  • Em vez de dizer; “Você não pode ligar para seu pai. Ele morreu há muitos anos”.
  • Diga; “Acho que ele não está em casa, vamos ligar mais tarde”.
  • Tranqüilize o doente

 A pessoa com doença de Alzheimer pode repetir várias vezes a mesma pergunta. Isto pode aborrecê-lo, mas tente entender o porquê da pergunta. Por exemplo, a pessoa pode estar preocupada em faltar a um compromisso ou ser deixada para trás.

  • Em vez de dizer; “já disse que seu compromisso é ás 2 horas”.
  • Diga; “Não se preocupe, eu também vou. E não irei sem Você”.

 

Procure distrair o doente

 A pessoa com doença de Alzheimer algumas vezes tenta fazer coisas que são perigosas, como por exemplo sair de casa sozinha. Discutir piora a situação. Em vez disso, tente distraí-la, e ela logo esquecerá o que queria fazer.

  • Em vez de dizer; “aonde você pensa que vai ? Você não pode sair sozinha!”.
  • Diga; “Antes de sair poderia mexer isto para mim por alguns minutos”.

 

Tente afirmar e não perguntar

 O doente pode não querer fazer certas coisas, como por exemplo tomar banho. Formular pedidos como se fossem afirmações em vez de perguntas ajuda a evitar discussões.

  •  Em vez de dizer; “Você quer tomar banho agora?”.
  • Diga; “Seu banho está preparado. Aqui está a toalha”.

 

Lidando com mudanças de personalidades

 De vez em quando a personalidade do doente parece mudar. As mudanças mais comuns associadas a doença de Alzheimer são a depressão, regressão, apatia, irritabilidade, desconfiança e impaciência. Também podem ocorrer alucinações (ver coisas que não existem) e ilusões (crenças irracionais). Se tais problemas forem imprevistos, graves ou provocarem situações de perigo, consulte o médico para orientação. Em geral, não tome como pessoais as coisas que o doente diz ou faz. Lembre-se: para uma pessoa com a doença de Alzheimer o mundo pode ser um lugar muito tenso. Tente encarar as coisas sob este ponto de vista.

 

Planejando o futuro

Visto que as necessidades da pessoa doente mudarão com o passar do tempo, tente planejar com antecedência. Organize a maneira de viver, procure apoio jurídico e cuide atentamente das finanças.

Centros de atendimento a idoso. (residências para a 3ª idade) podem cuidar do doente caso você precise sair durante o dia. E, além disso, dão a ele a oportunidade de estar com outras pessoas.

 

Uma boa postura é a atitude que uma pessoa assume utilizando a menor quantidade de esforço muscular e, ao mesmo tempo, protegendo as estruturas de suporte contra traumas. Os desvios posturais tais como a lordose cervical, cifose dorsal, lordose lombar e escoliose podem levar ao uso incorreto de outras articulações, tais como as dos ombros, braços, articulações temporo-mandibulares, quadris, joelhos e pés. Manter posturas erradas por tempo prolongado pode acarretar alterações posturais ocasionando enrijecimento das articulações vertebrais e encurtamento dos músculos.

Esses defeitos estruturais causam alterações das curvaturas normais da coluna vertebral, tornando-a mais vulnerável as tensões mecânicas e traumas.

Hipercifose

É um aumento da curvatura da região dorsal, ou seja, é o aumento da convexidade posterior no plano sagital, podendo ser flexível ou irredutível.

 Podemos classificá-la como sendo postural, Scheuermann (osteocondrose espinhal), congênita, traumática , metabólica, inflamatória – mal de Pott (TBC), tumoral e outras.

 O aumento da curvatura cifótica promove alterações anatômicas ocasionando o dorso curvo, gibosidade posterior, encurtamento vertebral e pode ocorrer déficit respiratório, por reduzir a capacidade de sustentação da coluna vertebral e também a diminuição da expansibilidade torácica.

 A cintura escapular torna-se projetada à frente, com deslocamento das escápulas para baixo e para frente. A musculatura peitoral torna-se hipertônica e a dorsal hipotônica. A cabeça é projetada à frente da linha de gravidade, ocasionando uma hiperlordose cervical.

 Toda hipercifose, de um modo geral, tem sua lordose compensadora, cervical e lombar, para dessa forma poder manter a sustentação do corpo mesmo que descompensada.

 A Hipercifose postural é muito comum na adolescência, tanto nos meninos como nas meninas. Estes adquirem maus hábitos no sentar, andando, estudando e até mesmo em pé. No adulto, em mulheres idosas, a cifose pode aparecer devido a osteoporose, cujas vértebras em conseqüência de uma rarefação ósseas, ficam fracas ou em forma de cunha. Também localizamos a cifose na adolescência em meninos altos, como forma de inibir-esconder sua estatura, para não se destacar perante os colegas de mesma idade. As meninas com mamas muito grandes também adotam uma postura cifótica com o objetivo de escondê-las. No entanto, se estes adolescentes não receberem uma orientação a tempo e adequada, a hipercifose que inicialmente é postural, pode tornar-se estrutural.

 O tratamento para hipercifose postural apresenta bons resultados quando ainda não temos deformidades estruturais nos corpos vertebrais e o mesmo deve ser realizado ainda na fase de crescimento da criança. A cifose pode localizar-se na região dorsal, dorso-torácica e toracolombar. Neste último caso, encontraremos uma retificação da lordose lombar, contribuindo para a redução da mobilidade desta região.

 Insuficiencia Muscular:

  •  Musculatura Eretora da Coluna; 
  • Musculatura Fixadora da Escápula; 
  • Musculatura retificadora da lordose cervical. 

 

Hiperlordose

É o aumento anormal da curva lombar ou cervical levando a uma acentuação da lordose lombar ou cervical normal (hiperlordose). Os músculos abdominais fracos e um abdome protuberante são fatores de risco. Caracteristicamente, a dor nas costas em pessoas com aumento da lordose lombar ocorre durante as atividades que envolvem a extensão da coluna lombar, tal como o ficar em pé por muito tempo (que tende a acentuar a lordose). A etiologia mais freqüente das hiperlordoses são distúrbios músculo-esqueléticos do Íleopsoas e dos isquiotibiais. Nas patologias ósseas, a freqüência maior está relacionada às espondilolisteses e pseudo-espondilolistese que produzem deslizamento intervertebral frequentemente localizados entre a 4a e 5a lombar e 5a lombar e 1a sacra.

 

Insuficiencia Muscular:

  • Abdominal;
  • Glúteo (isquiotibiais e Iliopsoas).

Escoliose

Para entender o que é escoliose, devemos saber que a coluna vertebral, vista por trás, deve ser “reta”. Qualquer desvio para os lados pode configurar uma “escoliose”. Mas, preste atenção. Um desvio lateral mínimo, causado, por exemplo, por maus hábitos posturais, deve ser caracterizado como uma atitude escoliótica.

Por outro lado, a escoliose é uma DOENÇA e deve ser tratada como tal. Antigamente, acreditava-se que a escoliose era somente um desvio lateral da coluna, chamada pelos leigos de “coluna torta”. Atualmente, a definição correta é a de que a escoliose, doença, é um desvio tridimensional da coluna vertebral, ou seja, a coluna desvia-se nos três planos do espaço. Assim, a coluna realmente se torce, não somente para os lados, mas também para frente/trás e em volta de seu próprio eixo.

Resumindo, ATITUDES ESCOLIÓTICAS são desvios da coluna – em geral somente para os lados – que, com bastante freqüência, podem ser reduzidos totalmente, ou seja, testes de flexibilidade mostram que a coluna é flexível a ponto de retornar sua forma fisiológica. Têm causas que variam de um mau hábito postural a um desequilíbrio momentâneo de crescimento dos membros inferiores, por exemplo.

Por outro lado, ESCOLIOSES EVOLUTIVAS ESTRUTURAIS são aquelas que, em geral, vão evoluir, com alterações nos três planos do espaço e que devemos tentar brecar sua evolução o mais rápido possível. Testes de flexibilidade indicam que a coluna vertebral, neste caso, não pode mais ser reduzida à sua condição fisiológica.

Causas:

Em cerca de 70% dos casos, nenhuma causa é encontrada e falamos, então, de escolioses idiopáticas. As escolioses idiopáticas acometem cerca de oito vezes mais as meninas que os meninos.
A freqüência de escolioses familiares é relatada por diversos autores, entre 30 e 80%, sendo 40% o índice mais freqüentemente citado. Atualmente, os especialistas convergem em direção a uma hereditariedade multifatorial, podendo associar retardo de maturação do sistema de equilibração e problemas metabólicos.

Existem algumas escolioses com causa definida, como, por exemplo, na paralisia cerebral, ou outras de fundo neurológico, bem como escolioses causadas por más-formações, poliomielite, distrofias musculares, síndromes específicas (Marfan, Rett, Ehlers-Danlos, etc.), tumores, etc. 

A Escoliose pode aparecer em qualquer idade, mas uma coisa é certa: ela é uma DOENÇA DO CRESCIMENTO, ou seja, quanto menor for a criança, mais cuidados deveremos ter. Por outro lado, é durante os estirões que temos as maiores possibilidades de que ela “apareça” e, por isso, devemos redobrar nossas atenções em relação a ela, nestes períodos.

Como informação geral, saiba que há escolioses do recém-nascido (que aparecem no primeiro ano de vida), infantis (aparecem até 3 anos), juvenis (de 4 anos até a adolescência), do adolescente (quando devemos tomar muito cuidado) e as escolioses do adulto e do idoso.

 

 

 

Osteoporose

01/12/2009

Osteoporose

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a osteoporose como uma “doença esquelética sistêmica caracterizada pela diminuição da massa óssea e deterioração microarquitetural do tecido ósseo, com conseqüente aumento da fragilidade óssea e da susceptibilidade à fratura”.

Trata-se, então, de uma alteração metabólica muito freqüente, caracterizando-se pela diminuição lenta e progressiva da massa óssa, pelo comprometimento da integridade do arcabouço ósseo, pela diminuição de sua resistência e pelo acometimento de fraturas dos ossos, mesmo nos mínimos esforços.

A osteoporose é dividida em três grupos etários mal-definidos.

1 – O grupo dominante consiste em mulheres pós-menopáusicas nas quais a doença é conhecida como osteoporose pós-menopáusica ou do Tipo I. Atinge mais a coluna lombar do que o quadril, atingindo, dessa forma, mais os ossos trabeculares.

2 – O segundo grupo em que a doença é mais comum é o de indivíduos idosos de ambos os sexos – osteoporose senil ou do Tipo II. Atinge principalmente ossos trabaculares e compactos, como fêmur, punho e vértebras.

3 – Quando a doença aparece em crianças ou adolescentes, é denominada osteoporose juvenil.

Como se desenvolve:

O osso é um tecido vivo que se renova permanentemente durante a vida toda. Essa renovação se deve as células ósseas responsáveis pela atividade de formação (Osteoblasto) e de reabsorção (Osteoclasto) do tecido ósseo. Esse sistema de “construção e destruição” é denominado remodelação óssea.

Até aproximadamente 30 anos de idade a quantidade de osso reabsorvido e reposto é igual. A partir daí, inicia-se um lento balanço negativo que vai provocar, ao final de cada ativação das unidades de remodelamento, discreta perda de massa óssea.

Há evidencias de que, na osteoporose, a perda do osso é resultado de um desequilíbrio entre a reabsorção e a formação óssea. Inúmeros fatores sistêmicos e locais atuam sobre esse sistema, como aspectos nutricionais, fatores raciais e genéticos, atividade física e influencia hormonal.

O declínio dos níveis de estrógeno nas mulheres pós-menopáusicas leva a uma rápida perda óssea constituindo a principal causa de osteoporose pós-menopáusica.

O estrógeno exerce atividade anti-reabsortiva por meio de vários mecanismos de ação ainda não suficientemente esclarecidos. Um deles faz-se por ação direta, por meio da ligação com seu receptor no osteoblasto, aumentando a formação óssea. Outras evidências sugerem que o estrógeno possa atuar na síntese e/ou na secreção de calcitonina, que é um processo inibidor da reabsorção óssea.

Fatores de Risco:

  • Sexo feminino;
  • Fratura prévia;
  • Raça asiática ou caucásica;
  • Idade maior que 65 anos em ambos os sexos;
  • História materna de fratura ou osteoporose;
  • Menopausa precoce (antes dos 40 anos);
  • Tratamento crônico com corticóide e anticonvulsivante;
  • Doença reumática, especialmente a artrite reumatóide;
  • Climatério/menopausa;
  • Hipertireoidismo ou hormônio tireoideano em excesso;
  • Tabagismo;
  • Alcoolismo;
  • Sedentarismo;
  • Imobilização prolongada (pessoa acamada ou em cadeira de rodas);
  • Dieta pobre em cálcio;
  • Baixo Peso (Índice de Massa Corpórea menor que 19).

Locais mais comuns de fratura:

 

Sinais e Sintomas:

A osteoporose é inicialmente assintomática. As primeiras manifestações clínicas surgem quandojá houve perda de 30 a 40 % da massa óssea. A sintomatologia física mais comum entre os indivíduos acometidos se manifesta por: Dor, Deformidade postural e Fraturas.

Dor: Não é originada pela osteoporose. A lombalgia pode aparecer em decorrência de microfraturas vertebrais por compressão ou pelo colapso em acunhamento do corpo vertebral, algumas vezes associada a raquialgia inportante. A dor crônica irradia-se lateralmente e está quase sempre associada ao esforço, sendo aliviada parcialmente com o repouso.

Deformidade Vertebral: A redução na altura da região anterior dos corpos vertebrais leva a deformidade vertebral com conseqüente cifose dorsal, redução da estatura e dor crônica secundária a deformidade mecânica e ao espasmo da musculatura paravertebral.   Quando várias vértebras se colapsam, a perda de altura pode atingir 200mm. Essas alterações anatômicas reduzem a capacidade das cavidades torácica e abdominal, com conseqüente alteração das funções cardíaca, pulmonar, gástrica e vesical, que podem dificultar a respiração e causar hérnia de hiato e incontinência urinária.

Fratura: As fraturas do quadril e das vértebras representam a conseqüência mais séria da osteoporose e, também, o principal fator determinante da morbidade, da mortalidade e do custo sócio-econômico da doença. A perda de independência decorrente da incapacidade de deambular é a principal conseqüência da fratura de quadril, seja pela limitação funcional, seja pelo modo de quedas. Essa inatividade leva a piora da osteoporose e aumenta os riscos de quedas e fraturas. Conforme a doença progride, as fraturas das vértebras e do quadril podem levar à depressão e às alterações na imagem corporal.

Comprometimento Psicológico: A osteoporose não só traz conseqüências físicas e funcionais, como seqüelas psicossociais. O isolamento social traz alterações no copmportamento, entreleas, o medo, a ansiedade e a mudança de humor, quando o paciente tem o diagnostico as doença e sabe da possibilidade de fraturas futuras e deformidade física.

Diagnóstico:

A melhor forma de quantificar a massa óssea e diagnosticar a osteoporose é através da Densitometria Óssea. Trata-se de um exame radiológico rápido, indolor e com baixa radioatividade. O paciente submete-se ao exame deitado em uma maca e com as pernas apoiadas em uma almofada. Devem ser realizadas no fêmur total e na coluna lombar, que são os sítios mais susceptíveis à fratura e em geral, estas duas regiões são suficientes para refletir o que acontece em todo o esqueleto. O método é muito sensível e especialmente, no fêmur, o erro é de no máximo 2%. A coluna pode ter o seu resultado modificado para um valor acima do real pela presença de cálcio na aorta, nos ligamentos da coluna ou por ostéofitos (bicos de papagaio). Em caso de resultados conflitantes, deve-se valorizar o resultado do fêmur ou realizar um RX de coluna em perfil.

Tratamento:

 Uma vez constatada a osteoporose, os tratamentos geralmente resultam em uma redução da perda de massa óssea com pouco ganho real. O tratamento de base para a manutenção da massa óssea envolve medicamentos inibidores da reabsorção óssea, estimuladores de formação óssea e substancia adjuvantes. Essas diversas alternativas podem ser prescritas isolada ou concomitantemente para potencializar o tratamento.

Osteoartrose

01/12/2009

Osteoartrite ou Osteoartrose

Dentre todas as patologias que acometem os indivíduos à partir da 4ª década da vida, sem dúvidas, é a OSTEOARTROSE a mais comum delas, estimando-se que ocorra em até 90 % da população adulta . É ela tão antiga como a própria história da Humanidade, acometendo indistintamente todos os vertebrados. Estudos realizados em fósseis de dinossauros demonstraram que esta alteração articular já se encontrava presente na era pré-histórica.

 A osteoartrose, também chamada de artrose, processo degenerativo articular, processo degenerativo articular etc., resulta de um processo anormal entre a destruição cartilaginosa e a reparação da mesma.

 Entende-se por cartilagem articular, um tipo especial de tecido que reveste a extremidade de dois ossos justapostos (unidos) que possuem algum grau de movimentação entre eles. São exemplos de articulações os joelhos, os tornozelos, os dedos das mãos, os dos pés, o quadril, as vértebras da coluna, os ombros, os cotovelos, os punhos, a mandíbula etc.. Em todas estas articulações está presente o tecido cartilaginoso.

A função básica da cartilagem articular é a de diminuir o atrito entre duas superfícies ósseas quando estas executam qualquer tipo de movimento, funcionando como mecanismo de absorção de choque quando submetido à forças de pressões (como no caso do quadril, joelho, tornozelo e pé), ou de tração, como no caso dos membros superiores. Para que este movimento de atrito entre dois ossos seja diminuído, outras estruturas também fazem parte da articulação, desempenhando papéis específicos como no caso do líquido sinovial, que lubrifica as articulações e, dos ligamentos, que ajudam a manter unidas e estáveis as articulações.

Uma articulação normal é formada por células chamadas CONDRÓCITOS, cuja função básica é fabricar todas as substâncias necessárias para o bom funcionamento da cartilagem articular. Dentre estas substâncias, encontra-se uma proteína denominada COLÁGENO, cuja finalidade é funcionar como uma malha de sustentação, retendo as demais substâncias existentes dentro da cartilagem, que funcionam como moléculas que retêm água, ajudando, com isso, a absorção de stress mecânico de compressão e tração.

A Osteoartrose é, do ponto de vista médico, dividida em dois grandes grupos. O primeiro denominado de Osteoartrose Primária, é formado por aqueles indivíduos que já possuem um patrimônio genético, que faz com que a patologia se desenvolva independentemente de fatores externos.

O segundo grupo, denominado de Osteoartrose Secundária, é formado por pessoas que, em virtude de algum fator agressivo ocorrido em determinado período da sua vida, passam a apresentar a patologia. Fazem parte deste grupo os indivíduos muito obesos, os que sofreram algum traumatismo articular (entorses, fraturas, luxações), os que sofreram algumas alterações hormonais específicas, os que executam esportes com micros traumatismos de repetição, os que executam esportes de desaceleração (saltos) etc…

Estas pessoas fazem parte de um grupo denominado de risco e, sem dúvidas, devem iniciar precocemente um tratamento preventivo, evitando ou minimizando a sintomatologia desagradável da patologia, a qual em fase avançada é traduzida por dor e incapacidade funcional.

 Artrite, artrose, Osteoartrite, Osteoartrose, qual a diferença?

O termo Artrite é utilizado para definir uma alteração inflamatória que acomete a articulação.

Qualquer pessoa seja um atleta profissional, um esportista de fim de semana ou mesmo um indivíduo mais idoso, quando submetido a determinados esforços mais intensos ou mesmo traumáticos, pode desenvolver um quadro inflamatório da articulação que, nesta fase aguda, recebera a denominação de artrite.

A artrite (inflamação da articulação) pode ser sintoma de inúmeras doenças, sendo sempre de vital importância o diagnóstico da doença que originou a inflamação.

A artrite dos esportistas, como regra é traumática e deve ser diferenciada daquela das outras doenças reumatológicas, dos processos infecciosos, das doenças microcristalinas e, principalmente, da Artrite Reumatóide, esta sim uma doença específica.

Os termos Osteoartrose, Osteoartrite e Artrose definem uma mesma doença que chega a acometer até 30% da população adulta acima dos 50 anos.

Se lembrarmos que o prefixo “artro”, vem do grego “arthros” e significa articulação, e a ele juntarmos o sufixo “ite” que significa inflamação, teremos a etimologia da palavra “artrite”. O mesmo acontecerá ao juntarmos o sufixo “ose” que significa degeneração.

Os termos Osteoartrite e Osteoartrose surgiram posteriormente, para exemplificar melhor a doença Artrose, quando foi descoberto que o osso sub condral (embaixo da cartilagem) participava no processo fisiopatológico da Doença.

Resumindo, quando nos referimos a Osteoartrose, Osteoartrite ou Artrose estaremos sempre falando de uma mesma doença que deve ser tratada o mais precocemente possível, para que a mesma não cause incapacidade.

 Fatores de Risco:

São apontados dois grandes grupos de fatores de risco para esta patologia. O primeiro decorrente da suscetibilidade individual e o segundo derivado dos fatores mecânicos.

São considerados fatores de suscetibilidade individual:

  1. Hereditariedade (filhas de mães com artrose têm mais probabilidade de desenvolver a patologia).
  2. Fatores Hormonais (descontroles hormonais propiciam a agudização da doença).
  3. Obesidade (indivíduos obesos possuem maior carga articular propiciando os fenômenos degradativos).
  4. Massa ósseo (alterações de massa óssea interferem no aparecimento da patologia).
  5. Hipermotilidade (a hipermotilidade implica em maior stress articular e, como conseqüência, maior facilidade na ruptura da malha colágena)
  6. Doenças metabólicas.

São considerados fatores mecânicos:

  1. Macro traumas.
  2. Traumas repetitivos localizados.
  3. Sobrecargas esportivas.
  4. Uso inadequado de aparelhos de musculação.
  5. Alteração da biomecânica normal da articulação.

Em muitos destes fatores de risco há como se intervir, através de uma correção ou tratamento precoce, tentando evitar o aparecimento desta patologia.

Perda de peso, equilíbrio e controle hormonal, orientação esportiva correta, uso de calçados adequados, correção de posturas, são medidas úteis e que podem ser adotadas precocemente.

 

Fibromialgia

01/12/2009

A fibromialgia é uma síndrome de dor difusa e crônica, caracterizada pela presença de pelo menos 11 dos 18 pontos anatomicamente específicos, chamados Tender points, dolorosos a palpação de cerca de 4 kgf

 É considerada uma síndrome porque engloba uma série de manifestações clínicas como dor, fadiga, indisposição, distúrbios do sono, entre outras. No passado, pessoas que apresentavam dor generalizada e uma série de queixas mal definidas não eram levadas muito a sério. Por vezes problemas emocionais eram considerados como fator determinante desse quadro ou então um diagnóstico nebuloso de “fibrosite” era estabelecido. Isso porque acreditava-se que houvesse o envolvimento de um processo inflamatório muscular, daí a terminação “ite”.

 Atualmente sabe-se que a fibromialgia é uma forma de reumatismo associada à alteração da sensibilidade do indivíduo frente a um estímulo doloroso. O termo reumatismo pode ser justificado pelo fato de a fibromialgia envolver músculos, tendões e ligamentos. O que não quer dizer que acarrete deformidade física ou outros tipos de seqüela. No entanto a fibromialgia pode prejudicar a qualidade de vida e o desempenho profissional, motivos que plenamente justificam que o paciente seja levado a sério em suas queixas. Como não existem exames complementares que por si só confirmem o diagnóstico, a experiência clínica do profissional que avalia o paciente com fibromialgia é fundamental para o sucesso do tratamento.

 Diferentes fatores, isolados ou combinados, podem favorecer as manifestações da fibromialgia, dentre eles doenças graves, traumas emocionais ou físicos e mudanças hormonais. Assim sendo, uma infecção, um episódio de gripe ou um acidente de carro, podem estimular o aparecimento dessa síndrome. Por outro lado, os sintomas de fibromialgia podem provocar alterações no humor e diminuição da atividade física, o que agrava a condição de dor.

Sinais e Sintomas:

  • Dor intensa;
  • Fadiga;
  • Rigidez muscular e articular;
  • Distúrbio do sono;
  • Parestesia;
  • Dificuldade de memorização;
  • Palpitação;
  • Tontura;
  • Sensação de inchaço;
  • Dor torácica;
  • Cefaléia crônica;
  • Ansiedade;
  • Depressão;
  • Irritabilidade;
  • Zumbido;
  • Epigastralgia;
  • Dispnéia;
  • Enjôo;
  • Dificuldade de digestão;
  • Fenômeno de Reynauld;
  • Dismenorréia;
  • Cólon Irritável.

 Em nenhum momento haverá inflamação ou deformidade nas articulações e os movimentos não estão limitados. A força muscular também é normal.

Tender Points:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Acidente Vascular Encefálico:

O Acidente Vascular Encefálico (AVE) pode ser conhecido também como Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou Derrame Cerebral.

Pode ocorrer de duas maneiras: AVE Isquêmico (AVEi) ou AVE Hemorrágico (AVEh).

 AVEi = É caracterizado pela falta de oxigenação (circulação) numa área do cérebro provocada pela obstrução de uma ou mais artérias por: Aterosclerose (placas de gordura), trombos ou emblia.

Ocorre em geral em pessoas mais idosas, com histórico de Diabetes, Hipercolesterolemia, Hipertensão arterial, Obesidade, Pessoas com Problemas vasculares e fumantes.

 Sinais e Sintomas:

  • Perda repentina da força muscular e/ou da sensibilidade;
  • Perda repentina da visão;
  • Dificuldade de comunicação oral;
  • Tontura;
  • Formigamento em um dos lados do corpo;
  • Alterações da memória;
  • Dor de cabeça.

 AVEh = É também conhecido como um sangramento cerebral provocado por um rompimento de uma artéria ou vaso sanguíneo em virtude de hipertensão arterial, problemas na coagulação do sangue e traumatismos. Pode ocorrer em pessoas mais jovens, é mais grave e com pior prognóstico.

 Sinais e Sintomas:

  • Dor de cabeça intensa (chega a ser insuportável);
  • Náuseas e vômitos;
  • Síncope.
  • Déficits neurológicos semelhantes ao AVEi.

Nos exames de imagem:

  • Edema cerebral; 
  • Aumento da pressão intracraniana;

Existe também outra forma de AVEi, mas em menor escala e menor gravidade, sem deixar seqüelas. Chamado de AIT ou TIA = Ataque Isquêmico Transitório.

Os sintomas são iguais ao AVEi, pois se trata de um em menor escala, mas os sintomas passam em algumas horas ou dias. Mesmo sendo transitório é preciso tomar muito cuidado e procurar um serviço hospitalar de urgência, pois pode se tornar um AVEi verdadeiro.

 

Insuficiência Coronariana

Pode ser definida como uma situação clínica patológica, na qual o sistema arterial coronariano não tem a capacidade fisiológica de suprir adequadamente, aguda ou cronicamente, as necessidades miocárdicas de demanda de O2 e metabólitos. É um desbalanço entre oferta e consumo de O2 e metabólitos.

 Pode ocorrer por obstrução mecânica das coronárias (ATEROSCLEROSE CORONARIANA – DAC), obstrução funcional coronariana (espasmo coronariano), ou aumento exagerado do consumo de O2 em pacientes com obstruções coronárias limítrofes ou ainda por conteúdo arterial de O2 insuficiente (ex: anemias ou hipóxias graves).

 Angina Pectoris

A angina do peito apresenta-se sob duas formas, a estável e a instável.

Tanto a instável como a estável têm manifestações ou sintomas semelhantes aos do infarto do miocárdio. Elas podem evoluir para um infarto do miocárdio quando não tratadas.

A angina do peito estável se diferencia do infarto por algumas das características:

  • Duração da dor – geralmente é de mais curta duração, se durar mais do que 15 minutos, provavelmente se trata de infarto;
  • A dor surge com o esforço e passa quando em repouso;
  • As manifestações paralelas não costumam ser tão intensas como no infarto;

A dor ou opressão retroesternal passa com o uso de medicamentos sublinguais. Se a dor não ceder, provavelmente se trata de infarto.

 Os sintomas da angina de peito instável costumam surgir em repouso ao levantar pela manhã, e são de aparecimento súbito, com dores e desconforto moderado a severo, evoluem rapidamente para um estágio em que há um aumento no desconforto e na dor, tanto na intensidade como severidade.

 Infarto Agudo do Miocárdio

 Imediatamente após uma oclusão coronária aguda, o fluxo sanguíneo cessa nos vasos coronários distais além da oclusão, exceto por pequenas quantidades de fluxo colateral dos vasos subjacentes. A área do músculo com fluxo nulo ou tão pequeno é dita por estar infartado. O processo total é denominado Infarto do Miocárdio.

 A causa mais comum de morte, após infarto agudo do miocárdio são: Débito Cardíaco Diminuído; Acumulo de líquido nos vasos sanguíneos pulmonares e, portanto, morte em conseqüência de Edema Pulmonar; Fibrilação do coração; Ruptura do coração.  

O infarto agudo do miocárdio é responsável por 60.080 óbitos no Brasil, sendo considerado a principal causa isolada de morte no país. Esses dados coincidem com aqueles encontrados em países desenvolvidos.

Não se conhece o número de infartos que ocorre anualmente no Brasil. Estima-se em 300 mil a 400 mil casos anuais, ou seja, a cada 5 a 7 casos ocorre um óbito, o que confere a esta doença, nos dias atuais, elevada taxa de mortalidade, apesar dos inúmeros avanços terapêuticos obtidos na última década.

Fatores de Risco:

  • Tabagismo;
  • LDL-c aumentado;
  • HDL-c diminuído;
  • Diabetes;
  • História Familiar;
  • Idade (homens acima de 40 anos e mulheres acima de 50 anos ou em menopausa);
  • Sedentarismo;
  • Hipertensão Arterial Sistêmica (PA > 140/90 mmHg);
  • Stress;
  • Obesidade (IMC > 25 principalmente com aumento da circunferência abdominal > 88 em mulheres e > 102 em homens).

 

Sinais e Sintomas:

Os mais comuns são:

  • Pressão e desconforto, dor em aperto no centro do peito que dura mais do que alguns minutos ou que vai e volta;
  • Dor do centro do peito que irradia para os ombros, queixo, pescoço e braços, mais freqüentemente para o braço esquerdo;
  • Desconforto no peito com sensação de cabeça leve, sensação de desmaio, suores e falta de ar.

 Os menos comuns são:

  • Dores atípicas, vagas, na boca do estômago, peito ou barriga;
  • Náuseas e vômitos sem dor no peito;
  • Respiração curta ou dificuldade de respirar, mesmo sem dor no peito;
  • Ansiedade inexplicável, fraqueza ou fadiga;
  • Palpitações, suores frios ou palidez, que às vezes vão e voltam.

 

Angioplastia:

Benefícios da Angioplastia:

  • Alívio da angina;
  • Permite um aumento da atividade física livre de angina;
  • Permite o retorno das atividades normais;
  • Menor consumo de medicamentos;
  • Menos temor e medo.

Possíveis riscos da Angioplastia:

  • Piora da angina;
  • Exigir cirurgia de Revascularização do miocárdio de urgência. Isso acontece em 2 a 5% dos casos;
  • Infarto do miocárdio durante o procedimento;
  • Lesão da artéria;
  • Reobstrução do vaso que foi dilatado. Acontece em cerca de 40% dos casos nos seis meses que se seguem ao procedimento, exigindo nova angioplastia ou cirurgia.
  • Morte durante o procedimento.

 Revascularização do Miocárdio:

 Benefícios possíveis com a cirurgia de Revascularização:

  • Prolongar a vida;
  • Aliviar os sintomas;
  • Aumentar a capacidade de atividade física;
  • Permitir o retorno as atividades prévias;
  • Reduzir o consumo de medicamentos;
  • Reduzir o medo e a ansiedade.

 Riscos possíveis com a cirurgia de Revascularização:

  • Sangramentos que podem exigir nova cirurgia;
  • Infecções;
  • Acidente Vascular Encefálico;
  • Formação de coágulos e embolias;
  • Falência de órgãos, tais como, rins, fígado e pulmões;
  • Infarto do miocárdio novamente;
  • Morte.

 Curiosidades:

  •  Nos homens a dor pré-cordial é o sintoma mais freqüente, já nas mulheres o cansaço e fadiga extrema são os sintomas mais encontrados.
  •  Nas mulheres é mais freqüente sentir náuseas, dores no epigástrio, ou nas costas, pescoço ou queixo.
  • Muitas vezes, sintomas outros que não a dor, são sentidos já há muito tempo antes do infarto ocorrer.
  • A intensidade da dor do infarto varia muito de doente para doente. A dor não necessita ser intensa.
  •  A dor geralmente irradia para o braço esquerdo, mas em 15% dos atingidos irradia para o braço direito.
  •  A parte do coração que necrosar, morrer, por ocasião de um infarto não é mais viável e não produzirá sintomas como dor. Logo, enquanto o doente sentir dor resta tecido cardíaco viável que pode se recuperar por si ou com tratamentos adequados. Quanto antes esse tecido doente for tratado, maiores as chances de ser recuperado.

Diabetes Mellitus

03/11/2009

Aula referente ao dia 05/11.

Diabetes Mellitus

Definição: É uma desordem no metabolismo da glicose e se caracteriza pelo excesso desse nutriente no sangue.

Condições Normais do Sistema Digestório:

Boca –> Esôfago –> Estômago –> Duodeno –> Intestino Delgado (Jejuno e Ileo) –> Intestino Grosso (Colo ascendente, transverso, descendente, sigmóide, reto e ânus)

Glândulas anexas: Salivares, Fígado e Vesícula Biliar, Pâncreas.

Condições Normais da Glicemia:

Alimentação –> Aumenta a Glicemia –> Pâncreas –> Insulina –> Captação celular de glicose  –> Diminui a Glicemia.

Diabetes Tipo 1 ou Juvenil:

O Diabetes Mellitus Tipo 1 (DM1) é uma doença auto-imune caracterizada pela destruição das células beta produtoras de insulina. Isso acontece por engano porque o organismo as identifica como corpos estranhos. A sua ação é uma resposta auto-imune. Este tipo de reação também ocorre em outras doenças, como esclerose múltipla, Lúpus e doenças da tireóide.

A DM1 surge quando o organismo deixa de produzir insulina (ou produz apenas uma quantidade muito pequena). Quando isso acontece, é preciso tomar insulina para viver e se manter saudável. As pessoas precisam de injeções diárias de insulina para regularizar o metabolismo do açúcar. Pois, sem insulina, a glicose não consegue chegar até as células, que precisam dela para queimar e transformá-la em energia. As altas taxas de glicose acumulada no sangue, com o passar do tempo, podem afetar os olhos, rins, nervos ou coração.

A maioria das pessoas com DM1 desenvolve grandes quantidades de auto-anticorpos, que circulam na corrente sanguínea algum tempo antes da doença ser diagnosticada. Os anticorpos são proteínas geradas no organismo para destruir germes ou vírus. Auto-anticorpos são anticorpos com “mau comportamento”, ou seja, eles atacam os próprios tecidos do corpo de uma pessoa. Nos casos de DM1, os auto-anticorpos podem atacar as células que a produzem.

Não se sabe ao certo por que as pessoas desenvolvem o DM1. Sabe-se que há casos em que algumas pessoas nascem com genes que as predispõem à doença. Mas outras têm os mesmos genes e não têm diabetes. Pode ser algo próprio do organismo, ou uma causa externa, como por exemplo, uma perda emocional. Ou também alguma agressão por determinados tipos de vírus como o cocsaquie. Outro dado é que, no geral, é mais freqüente em pessoas com menos de 35 anos, mas vale lembrar que ela pode surgir em qualquer idade.

Sintomas

Pessoas com níveis altos ou mal controlados de glicose no sangue podem apresentar:

  • Vontade de urinar diversas vezes;
  • Fome freqüente;
  • Sede freqüente;
  • Perda de peso sem causa aparente;
  • Fraqueza;
  • Fadiga;
  • Nervosismo;
  • Mudança de humor;
  • Náusea e Vômito.

Tratamento

O tratamento do DM1, na maioria dos casos, consiste na aplicação diária de insulina, dieta e exercícios, uma vez que o organismo não produz mais o hormônio. A quantidade de insulina necessária dependerá do nível glicêmico. Naturalmente, a alimentação também é muito importante, pois ela contribui para a determinação dos níveis glicêmicos. Os exercícios físicos baixam os níveis, diminuindo, assim, a necessidade de insulina.

Existem diferentes tipos de preparação de insulina, que se distinguem pela velocidade com que é absorvida do tecido subcutâneo para o sangue (início da ação) e pelo tempo necessário para que toda a insulina injetada seja absorvida (duração da ação).

Diabetes Tipo 2 ou Senil:

O número de indivíduos diabéticos está aumentando devido ao crescimento e ao envelhecimento populacional, à maior urbanização, à crescente prevalência de obesidade e sedentarismo, bem como à maior sobrevida do paciente com Diabetes Mellitus. Quantificar a prevalência de DM e o numero de pessoas diabéticas é importante para permitir uma forma racional de planejamento e alocação de recursos.

Sabe-se que o DM 2 possui um fator hereditário maior do que no DM 1. Além disso, há uma grande relação com a obesidade e o sedentarismo. Estima-se que 60% a 90% dos portadores da doença sejam obesos. A incidência é maior após os 40 anos.

Uma de suas peculiaridades é a contínua produção de insulina pelo pâncreas. O problema está na incapacidade de absorção das células musculares e adiposas. Por muitas razões, suas células não conseguem metabolizar a glicose suficiente da corrente sangüínea. Esta é uma anomalia chamada de “resistência insulínica”.

O diabetes tipo 2 é cerca de 8 a 10 vezes mais comum que o tipo 1 e pode responder ao tratamento com dieta e exercício físico. Outras vezes vai necessitar de medicamentos orais e, por fim, a combinação destes com a insulina.

Tabela – Valores de glicose plasmática (em mg/dl) para diagnóstico de Diabetes Mellitus e seus estágios pré-clínicos

Categoria Jejum 2h após 75g de glicose Casual
Glicemia normal < 100 < 140
Tolerância a glicose diminuída > 100 a < 126 ≥ 140 a < 200
Diabetes Mellitus ≥ 126 ≥200 ≥ 200 com sintomas clássicos

Fatores de Risco:

  • Hereditariedade;
  • Obesidade;
  • Sedentarismo;
  • Stress;
  • Hipertensão;
  • Hipercolesterolemia;
  • Idade acima de 40 anos;
  • Raça / Etnia (afro-americanos, hispano-americanos, americanos nativos e americanos-asiaticos;
  • Histórico de diabetes gestacional ou recém nascido com peso > 4 Kg;
  • Síndrome de ovário policístico;
  • Histórico de doença vascular.

Sinais e Sintomas:

  • Vontade de urinar diversas vezes;
  • Fome freqüente;
  • Sede freqüente;
  • Perda de peso sem causa aparente;
  • Fraqueza;
  • Fadiga;
  • Nervosismo;
  • Mudança de humor;
  • Náusea e Vômito.

Tratamento:

Os objetivos do tratamento do DM são dirigidos para se obter uma glicemia normal tanto em jejum quanto no período pós-prandial, e controlar as alterações metabólicas associadas.

O tratamento envolve sempre pelo menos 4 aspectos importantes: Plano alimentar; Atividade física; Medicamentos hipoglicemiantes; Rastreamento.

Plano Alimentar: É o ponto fundamental do tratamento de qualquer tipo de paciente diabético. O objetivo geral é o de auxiliar o indivíduo a fazer mudanças em seus hábitos alimentares, permitindo um controle metabólico adequado. Além disso, o tratamento nutricional deve contribuir para a normalização da glicemia, diminuir os fatores de risco cardiovascular, fornecer as calorias suficientes para manutenção de um peso saudável, prevenir as complicações agudas e crônicas e promover a saúde geral do paciente. Para atender esses objetivos a dieta deveria ser equilibrada como qualquer dieta de uma pessoa saudável normal, sendo individualizada de acordo com as particularidades de cada paciente incluindo idade, sexo, situação funcional, atividade física, doenças associadas e situação socioeconômico-cultural.

Atividade Física: Todos os pacientes devem ser incentivados a pratica regular de atividade física, que pode ser uma caminhada de 30 a 40 minutos ou exercícios equivalentes. A orientação para o início de atividade física deve incluir uma avaliação médica adequada no sentido de avaliar a presença de neuropatias ou de alterações cardiocirculatórias que possam contra-indicar a atividade física ou provocar riscos adicionais ao paciente.

Medicamentos Hipoglicemiantes: São medicamentos úteis para o controle de pacientes com DM tipo II, estando contra-indiciados nos pacientes com DM tipo I. Em pacientes obesos e hiperglicêmicos, em geral a medicação inicial pode ser a metformina, as sultoniluréias ou as tiazolidinedionas. A insulina é a medicação primordial para pacientes com DM tipo I, sendo também muito importante para os pacientes com DM tipo II que não responderam ao tratamento com hipoglicemiantes orais.

Rastreamento: O rastreamento, a detecção e o tratamento das complicações crônicas do DM devem ser sempre realizados conforme diversas recomendações. Essa abordagem está indicada após 5 anos do diagnóstico de DM tipo I, no momento do diagnóstico do DM tipo II, e a seguir anualmente. Esta investigação inclui o exame de fundo de olho com pupila dilatada, a microalbuminúria de 24 horas ou em amostra, a creatinina sérica e o teste de esforço. Uma adequada analise do perfil lipídico, a pesquisa da sensibilidade profunda dos pés deve ser realizada com mofilamento ou diapasão, e um exame completo dos pulsos periféricos devem ser realizados em cada consulta do paciente.

Complicações Crônicas do Diabetes não controlado:

  • Retinopatia Diabética;
  • Nefropatia Diabética;
  • Neuropatia Diabética;
  • Pé Diabético;
  • Infarto Agudo do Miocárdio e Acidentes vasculares;
  • Infecções.

Retinopatia Diabética:

A Retinopatia Diabética é caracterizada por alterações vasculares. São lesões que aparecem na retina, podendo causar pequenos sangramentos e, como conseqüência, a perda da acuidade visual. Exames de rotina (como o “fundo de olho”) podem detectar anormalidades em estágios primários, o que possibilita o tratamento ainda na fase inicial do problema. Hoje, a Retinopatia é considerada uma das mais freqüentes complicações crônicas do diabetes, junto com a Catarata.

No caso do DM1, não há necessidade de começar os exames assim que a pessoa se descobre com diabetes, pois não possui um histórico de glicemia alta. Sendo assim, o primeiro exame oftalmológico poderá ocorrer após cinco anos de tratamento. Concluído esse período, os exames serão realizados anualmente.

Já no DM2, os exames serão realizados desde o momento do diagnóstico. Isso ocorre porque não é possível identificar por quanto tempo a pessoa permaneceu com altas taxas de glicemia.

Nefropatia Diabética:

Constitui-se por alterações nos vasos dos rins, fazendo com que haja a perda de proteína na urina. É uma situação em que o órgão pode reduzir sua função lentamente, porém de forma progressiva, até a paralisação total. Contudo, esse quadro é controlável e existem exames para detectar o problema ainda no inicio.

Neuropatia Diabética:

O sistema nervoso é responsável pelo controle de praticamente tudo o que fazemos. Quando movimentamos os músculos, respiramos, pensamos ou digerimos a comida, os nervos são utilizados como circuitos elétricos orgânicos. São eles que emitem e recebem os sinais no cérebro, que comunicam às outras células as tarefas que devem ser realizadas.

Com a Neuropatia, os nervos podem ficar incapazes de emitir as mensagens, emití-las na hora errada ou muito lentamente. Os sintomas irão depender e variar conforme o tipo de complicação e quais os nervos afetados. De forma geral, podemos classificar os sintomas em sensitivos, motores e autonômicos. Exemplos:

  • Sensitivos: formigamento, dormência e queimação nas pernas, pés e mãos. Dores locais e desequilíbrio;
  • Motores: Estado de fraqueza e atrofia muscular;
  • Autonômicos: ocorrência de pele seca, traumatismo de pêlos, pressão baixa, distúrbios digestivos, excesso de transpiração e impotência.

Pé Diabético:

Para as pessoas com diabetes, o pé merece uma atenção especial. Como são vulneráveis a ferimentos, é preciso examiná-los todos os dias. Esse deve ser um hábito, principalmente para aqueles que sofrem de neuropatia. Essa vigilância é necessária porque, não raro, surge um calo em nossos pés, mesmo sem sentirmos dor, quando usamos sapatos.

Assim, a inspeção será baseada na procura de úlceras, calos ou qualquer outro problema visível. Consulte o médico caso haja qualquer preocupação a esse respeito. É possível prevenir as infecções nos pés. Manter um bom fluxo sangüíneo é, também, outro aspecto importante. Para isso, tome medidas que baixem a pressão alta e os níveis de colesterol.

É importante também fazer caminhadas com regularidade ou outro tipo de exercício físico. Vícios como o fumo devem ser evitados. Só para se ter uma idéia, 95% de todas as amputações do pé acontecem em fumantes. É algo traumático, que deve ser evitado.

Contudo, caso aconteça não significa que a pessoa não possa continuar levando uma vida normal. Nem mesmo de caminhar ela fica impossibilitada. O cirurgião removerá o mínimo possível do membro, para facilitar o processo. Após a cicatrização, será colocada uma prótese. Atualmente, os membros protéticos são mais leves e confortáveis do que os modelos do passado. Alguns possuem molas que até permitem que a pessoa corra e pule

Infarto Agudo do Miocárdio e Acidentes Vasculares:

Essas complicações ocorrem quando os grandes vasos são afetados, levando à obstrução/estenose (arteriosclerose) de órgãos vitais como o coração e o cérebro. O bom controle da glicose, somado à atividade física e medicamentos – que possam combater a pressão alta, o aumento do colesterol e suspender o tabagismo – são medidas imprescindíveis de segurança. A incidência deste problema é de 2 a 4 vezes maior nas pessoas com diabetes.

Infecções:

A presença excessiva de glicose pode causar danos a muitas funções inerentes ao sangue, incluindo as tarefas do sistema imunológico. O que aumenta o risco da pessoa com diabetes contrair algum tipo de infecção. Isso ocorre porque os glóbulos brancos (responsáveis pelo combate ao vírus, bactérias, etc.) ficam menos eficazes com a hiperglicemia.

Para piorar a situação, o alto índice de açúcar no sangue é terreno ideal para alguns invasores (fungos, bactérias, etc.). O que acaba promovendo a fácil proliferação desses patogênicos. Assim, áreas como boca e gengiva, pulmões, pele, pés, genitais e local de incisão pós-cirúrgica estão totalmente sujeitos a este risco. Ferimentos em geral podem se tornar verdadeiras portas de entrada.

Texto referente a aula do dia 29/10:

Hipertensão: É uma doença de múltiplas causas, caracterizada pelo aumento sustentado dos valores da pressão arterial acima de 140 por 90 mmHg, com a pessoa calma e em repouso.

Ciclo Cardíaco = Frequência Cardíaca = Quantidade de batimentos cardíacos por minuto. O normal é de 60 a 80 batimentos por minuto.

Pressão Arterial = É a força exercida pelo sangue contra a parede das artérias.

Pressão Arterial Sistólica = É o valor da pressão existente no sistema arterial no momento exato da sístole cardíaca.

Pressão Arterial Diastólica = É o valor da pressão existente no sistema arterial no momento exato da diástole cardíaca.

A pressão arterial é o produto do débito cardíaco (Volume ejetado pelo coração durante um minuto, cerca de 5 a 6 litros de sangue) e da resistência periférica (resistência exercida pelas artérias).

Ela pode ser modificada pela variação do volume de sangue ou viscosidade (espessura) do sangue, da freqüência cardíaca (batimentos cardíacos por minuto) e da elasticidade dos vasos. Os estímulos hormonais e nervosos que regulam a resistência sangüínea sofrem a influência pessoal e ambiental.

Tabela de Classificação:

Classificação Sistólica Diastólica Seguimento
Ótima < 120 < 80 Reavaliar em 1 ano
Normal < 130 < 85 Reavaliar em 1 ano
Limítrofe 130 – 139 85 – 89 Reavaliar em 6 meses
Hipertensão Leve 140 – 159 90 – 99 Confirmar em 2 meses
Hipertensão Moderada 160 – 179 100 – 109 Confirmar em 1 mês
Hipertensão Grave > 180 > 110 Intervenção imediata ou reavaliar em 1 semana

Cuidados para medir a pressão arterial:

  • Repouso de 15 minutos em ambiente calmo e agradável;
  • A bexiga deve estar vazia;
  • Após exercícios, álcool, café ou fumo aguardar 30 minutos para medir;
  • O manguito do aparelho de pressão deve estar firme e bem ajustado ao braço e ter a largura de 40% da circunferência do braço, sendo que este deve ser mantido na altura do coração;
  • Não falar durante o procedimento;
  • Esperar 1 a 2 minutos antes das medidas;
  • A posição sentada ou deitada é a recomendada na rotina das medidas;
  • Vale a medida de menor valor obtido.

Fatores de Risco:

  • Idade – entre 40 e 60 anos;
  • Sexo Masculino;
  • Raça Negra;
  • Vida sedentária;
  • Stress;
  • Hereditariedade;
  • Obesidade;
  • Abuso de álcool, café, fumo;
  • Efeito colateral por uso de medicamentos.

Aterosclerose: Formação de placas de gorduras.

aterosclerose2

 

Arteriosclerose: Perda da elasticidade da parede da artéria.

arteria

Consequêcias da Hipertensão:

  • Infarto Agudo do Miocárdio;
  • AVC;
  • Insuficiência Renal.

Tratamento:

O tratamento sem medicamentos tem como objetivo auxiliar na diminuição da pressão, e se possível evitar as complicações e os riscos por meio de modificações nas atitudes e formas de viver, são elas:

  • Reduzir o peso corporal através de dieta calórica controlada; substituir as gorduras animais por óleos vegetais, diminuir os açúcares e aumentar a ingestão de fibras;
  • Reduzir o sal de cozinha, embutidos, enlatados, conservas, bacalhau, charque e queijos salgados;
  • Reduzir o consumo de álcool;
  • Exercitar-se regularmente 30 a 45 minutos, de três a cinco vezes por semana;
  • Abandonar o tabagismo;
  • Controlar as alterações de gordura sanguínea (dislipidemias), evitando os alimentos que aumentam os triglicerídeos;
  • Controlar o stress;
  • Evitar drogas que elevam a pressão arterial: anticoncepcionais, antiinflamatórios, moderadores de apetite, descongestionantes nasais, antidepressivo, corticóides, estimulantes (anfetamina), cafeína, cocaína e outros.

O tratamento medicamentoso visa reduzir as doenças cardiovasculares e a mortalidade dos pacientes hipertensos. Até o momento, a redução das doenças e da mortalidade em pacientes com hipertensão leve e moderada foi demonstrada de forma convincente com o uso de medicamentos rotineiros do mercado. Na hipertensão severa e/ou maligna, as dificuldades terapêuticas são bem maiores.

No tratamento medicamentoso devem-se observar os seguintes princípios:

  • O medicamento deve ser eficaz por via oral e bem tolerado;
  • Deve permitir o menor número de tomadas diárias;
  • O tratamento deve ser iniciado com as doses menores possíveis e se necessário aumentado gradativamente ou associado a outros, com o mínimo de complicações;
  • O medicamento deve ter custo compatível com as condições socioeconômicas do paciente para permitir a continuidade do tratamento;
  • O mais sério problema no tratamento medicamentoso da hipertensão arterial é que ele pode ser necessário por toda a vida. Aí então o convencimento da necessidade do tratamento é muito importante para que o paciente tenha uma aderência permanente;
  • Os controles médicos devem ser periódicos para o acerto das dosagens medicamentosas e acompanhamento da evolução da doença cardiovascular.

Dislipidemia

03/11/2009

Texto referente a aula de 29/10

Dislipidemia, também chamadas de hiperlipidemias, referem-se ao aumento dos lipídios (gordura) no sangue, principalmente do colesterol e dos triglicerídeos.

O colesterol é uma substância semelhante à gordura com função importante em muitos processos bioquímicos do organismo. Ele é necessário para construir e manter as membranas celulares; regula a fluidez da membrana em diversas faixas de temperatura. Algumas pesquisas recentes indicam que o colesterol pode atuar como um antioxidante. O colesterol também ajuda na fabricação da bilis (que é armazenada na vesícula biliar e ajuda a digerir gorduras), e também é importante para o metabolismo das vitaminas lipossolúveis, incluindo as vitaminas A, D, E e K. Ele é o principal precursor para a síntese de vitamina D e de vários hormônios esteróides (que incluem o cortisol e a aldosterona nas glândulas supra-renais, e os hormônios sexuais progesterona, os diversos estrógenos, testosterona e derivados). Sem uma quantidade adequada de colesterol no sangue a vida não seria possível.

Sua importância decorre do fato de que seu excesso no sangue é um dos principais fatores de risco da aterosclerose. Ele encontra-se distribuído por todo o corpo humano. A grande parte do colesterol circulante é produzida pelo Fígado (cerca de 70%) e somente cerca de 30% provém da dieta. Agora fica fácil entender porque muitos indivíduos que não ingerem gorduras têm níveis elevados de colesterol.

O colesterol da dieta vem principalmente de alimentos de origem animal (carnes vermelhas gordas, ovos, manteiga, queijos amarelos, etc.). As gorduras da dieta, sobretudo as gorduras saturadas influenciam os níveis de colesterol. Todas as gorduras são a mistura de ácidos graxos saturados, monoinsaturados e poliinsaturados. O que varia é a porcentagem de cada um desses ácidos graxos. Os ácidos graxos saturados e as gorduras trans elevam os níveis de colesterol ruim no sangue.

Existem duas formas básicas de colesterol:

LDL = Low Density Lipoproteins = Lipoproteína de baixa densidade;

A lipoproteína de baixa densidade é também conhecida como mau colesterol ou colesterol ruim transporta o colesterol do fígado para o sangue e para os tecidos.

O LDL – colesterol é o grande vilão da história. Altos índices de LDL estão associados a altos índices de aterosclerose. Quando o LDL está em excesso no sangue lesa os vasos e ainda se deposita na parede formando as placas de ateroma (gordura).

HDL = High Density Lipoproteins = Lipoproteína de alta densidade;

O HDL é conhecido como o bom colesterol porque remove o excesso de colesterol e traz de volta ao fígado onde será eliminado.

Tabela de Referência:

Lípides Valores Categoria
Colesterol Total < 200200 – 239

≥ 240

ÓtimoLimítrofe

Alto

LDL < 100100 – 129

130 – 159

160 – 189

≥ 190

ÓtimoDesejável

Limítrofe

Alto

Muito Alto

HDL < 40>60 BaixoAlto
Triglicerídeos < 150150 – 200

200 – 499

≥ 500

ÓtimoLimítrofe

Alto

Muito Alto

Triglicerídeos é uma forma de gordura que circula no sangue e é armazenada no tecido adiposo do corpo.

A principal função do tecido adiposo é armazenar os triglicérides até que sejam necessários para o suprimento de energia em outras partes do corpo.

Estão presentes no tecido adiposo grandes quantidades de lípase, enzima que degrada o triglicerídeo e os lipídeos, transformando-os em ácidos graxos e glicerol.

Os dois subprodutos dos lipídios serão transformados e energia. Os ácidos graxos são captados e degradados na mitocôndria, onde será parte integrante na “respiração” celular para produzir energia. O Glicerol, quando entra no tecido ativo, e principalmente no fígado é imediatamente modificado e transformado em glicose, e assim, utilizado como fonte de energia, principalmente as células nervosas.

O excesso de carboidratos (se transforma em gordura e açúcar) e calorias em geral faz a concentração de triglicerídeos aumentarem.

O que faz subir?

  • Carnes gordas e peles de aves;
  • Todo e qualquer embutido;
  • Frutos do mar;
  • Gema de ovo;
  • Miúdos, incluindo bife de Fígado;
  • Doces, especialmente os recheados;
  • Leite integral e seus derivados;
  • Sedentarismo.

O que faz descer?

  • Prática de atividade física;
  • Consumir farelo de aveia;
  • Legumes e verduras;
  • Laranja com bagaço;
  • Sessões de relaxamento;
  • Qualquer tipo de fibra alimentar.